Quando abro a janela numa manha de domingo e vejo aquele ar
de nostalgia onde há sol e vento gelado,
Penso nos dias que se perderam e que perdi.
No oxigênio que já está consumido,
Nas abelhas que morreram nos copos de plástico,
Nas bexigas de água que nunca se restaurarão para serem jogadas novamente.
Nas bexigas de água que nunca se restaurarão para serem jogadas novamente.
Nos amigos que não verei mais,
Nos Outubros efêmeros e insubstituíveis.
Penso em como meu corpo desperdiça energia.
Como o calor se acumula em um só corpo,
Quando deveria esquentar dois, três, todos os corpos nus de
amor?
Há uma falsa saudade do que não espero.
Há uma pequena vontade de gritar,
Sente que estou aqui, que sou pensante, sensível?
Que o calor que reside em mim é energia a ser gasta, não desperdiçadas?
Penso no que fui, sou e virei a ser.
Somos todos a mesma massa?
Há diferenças de cores em cada olho que me devora.
Há diferença de sons em cada estalo de ossos.
Só há poeira,
Só há amor.
Sente que o arrepio vem do toque,
Que o calor vem do Ser.
Que não há nada mais a fazer além de entregar-se.
Seja meu bem.
Não seja homem, nem mulher.
Seja você.
Deixe-me ser,
Preciso de mais tato, olfato, paladar e visão.
Preciso da sua voz no meu ouvido antes de dormir.
Preciso de corpos dançantes.
Preciso de calor, pois há um frio á chegar.
Venha em forma de um ser único,
Venha em forma de um ser que preciso,
Venha em forma de amor.
Toque a campainha de casa e me diga o nome que quer ter.
É tudo tão fácil de se aprender e ensinar!
Seja mestre, saiba contar uma história.
Precisamos de mais palavras.
Precisamos de mais presença,
Precisamos de mais verdade.
Seja o que espera de si mesmo
E venha sem medo de me ensinar a não ter medo.
E venha sem medo de me ensinar a não ter medo.
Você é nossa canção que ressoa pelo universo.